Essa Dor
Tertúlia
Essa dor que me transborda
Que me afoga e não se esvai
Que não seca, que não me deixa
Que não sangra, que não sai
Essa dor que me transborda
Que me afoga e não se esvai
Que não seca, que não me deixa
Que não sagra, que não sai
É uma dor maior que eu
Que já não me cabe mais
Uma dor que já não dá pra dizer
Tanto fez, tanto faz
É uma dor que me consome
Traz teu nome, tira a paz
Leva o sonho e deixa mágoas
De raízes abissais
É uma dor que me consome
Traz teu nome, tira a paz
Que tem que ser arrancada
Extirpada por punhais
O meu coração é caco de vidro puro
Reluz ao Sol face pontiaguda de triste corte
Lâmina de mágoa
É vil seu jeito de arma branca
Olho de escamas
Inimigo de nomes, coleciona idades, juras e revanches
Em noite calada, grava tatuagens e arrependimentos
Cantos e lamentos de uma companhia envenenada de si própria
E o azar de acreditar-nos precocemente em naufrágios
Essa dor que me transborda
Que me afoga e não se esvai
Que não seca, que não me deixa
Que não sangra, que não sai
É uma dor maior que eu
Que já não me cabe mais
Uma dor que já não dá pra dizer
Tanto fez, tanto faz
É uma dor que me consome
Traz teu nome, tira a paz
Leva o sonho e deixa mágoas
De raízes abissais
É uma dor que me consome
Traz teu nome, tira a paz
Que tem que ser arrancada
Extirpada por punhais
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