Às Ginjas Com Elas
Rodrigo Bueno
Andei por vielas às ginjas com elas
Só por bagatelas que me dão saudade
Senti-me na fossa e p’ra fazer mossa
Como casca grossa, bebi à vontade
Bacalhau às lascas em todas as tascas
C’os gajos mais rascas andei misturado
Meti-me no tinto e depois do quinto
Talvez por instinto, cantei o meu fado
E ainda há quem diga que isto é cantiga de gente ralé
Era antigamente, porque eu cá sou gente muito boa, até
Que importa o que dizem e os que maldizem até com desdém
Se hoje já se vê a malta yé-yé cantar o fado também
É quando sofremos a sós, que devemos
Expandir o que temos cá dentro de nós
E para o fazer, se fôr p’ra esquecer
Tanto faz beber, como usar a voz
Se não for defeito não ter preconceito
Estou no meu direito com todo o juízo
E quando quiser cantar ou beber
Assim vou fazer, quando for preciso
E ainda há quem diga que isto é cantiga de gente ralé
Era antigamente, porque eu cá sou gente muito boa, até
Que importa o que dizem e os que maldizem até com desdém
Se hoje já se vê a malta yé-yé cantar o fado também
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