Eleição
Samuel Araújo
Cospe fogo da metralha
Pra mandar o sangue alheio
Correr na sarjeta
E pintar o pano de fundo
Da eleição do rio
Vem o troco da escopeta
Não tem mais homem de bem
Policial, bandido
Todo mundo dando mole
Na linha de tiro
Não pergunte se é verdade
Não pergunte quanto estrago faz
Não pergunte se é possível
Quanto tempo dá pra segurar
Porque a resposta pode ser
Não dá mais, não dá mais, não dá mais
Do outro lado da cidade
Ri à toa o sanguessuga
É mais uma trapaça
Que desceu goela abaixo
Nesse jogo sujo
Mais prisões e mais muralhas
Chacinas e vidraças
À prova de bala
Isso é tudo que nos resta
Pra chamar de mundo
De mundo, de mundo
De mundo, de mundo
Ah, ninguém vai sufocar
A ira santa desse povo aflito
Ah ninguém vai sufocar
A ira santa desse povo aflito
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