
Cambaco
Vicente Barreto
Cambaco é quase um cazumbi
Velho elefante do cambuci
Trombone mudo em curva de rio
Só espera a morte entrar no cio
Não se deslumbra ao que aí está
Cambaco é um certo cambalear
Antigamente antes do mundo surtar
Cambaco alembra o wiriyamu
Velho guindaste de tromba azul
Vulcão extinto não queima mais
Mas se fumaça é um passo atrás
Desamparinho maior não há
Cambaco hoje não vai voltar
O passado as vezes sai do lugar
Onde era manada e rouquidão
Hoje mercado negro de marfim
Onde havia batuta e balafon
Hoje é metralhadora a gargalhar
Já faz tempo que o tempo se perdeu
Só cambaco se lembra de achar
Onde era sambada e balauê
Hoje é a grana botando pra fudê
Onde tinha bambara e pigmeu
Hoje essa multidão solta no breu
Já deu hora de tudo se acabar
Só cambaco não esquece de afundar
Onde era savana e kalundu
Hoje é nego roendo o couro cru
Onde havia calunga e bonbolon
Hoje a mesa tá posta pra urubu
Tem mil anos que a vaca se embrejou
Só cambaco ainda relembrou



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