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O Brasil Dos Invisíveis
Zebeto Corrêa
El Brasil de los Invisibles
O Brasil Dos Invisíveis
Hay un camino estrecho que se pierde en el horizonte
Há um caminho estreito que se perde no horizonte
Donde pasan tantos que van al campo
Por onde passam tantos que se vão país adentro
Entre campos y montañas, bañados, selvas, colinas
Entre campos e cerrados, por banhados, selvas, montes
Y también los cruzo a los ojos de los sentimientos
E eu também cruzo por eles no olhar dos sentimentos
Dejo aldeas, con sus patios, sus granjas
Vou deixando atrás aldeias, com seus pátios, suas quintas
En las tierras bajas muy lejos de esta prisa de las ciudades
Em sertões muito distantes dessa pressa das cidades
Donde incluso el tiempo mismo tiene más tiempo para la vida
Onde mesmo o próprio tempo tem mais tempo para a vida
Y pareces caminar tan lento que ni siquiera puedes ver tu paso
E parece andar tão lento que nem se vê sua passagem
Hay un caboclo que se extiende en una hamaca en Altamira
Há um caboclo que se estira numa rede em Altamira
Hay un pelirrojo que prosa en una venta en Cambuquira
Há um caipira que proseia numa venda em Cambuquira
Hay un mambira que no sabe cómo gira la Tierra
Há um mambira que não sabe como é que a Terra gira
Y un mambembe que escenificó en la plaza una mentira
E um mambembe que encena em plena praça uma mentira
Hay gente de verdad
Há um povo de verdade
¡Y que en las pantallas no se puede ver!
E que nas telas não se vê!
Y quién lucha día a día
E que luta dia a dia
Igual que tú y yo
Igual a mim e a você
Un pueblo que se resiste y en el futuro todavía creen
Uma gente que resiste e no futuro ainda crê
El Brasil de lo invisible
O Brasil dos invisíveis
Lo que no pasa en la televisión
O que não passa na TV
Hay pueblos en las fundaciones con calles polvorientas
Há vilarejos nos fundões com ruas empoeiradas
Pueblos ribereños con barcazas coloridas
Povoados ribeirinhos com barcaças coloridas
Casas antiguas que resisten con paredes peladas
Casas velhas resistindo com paredes descascadas
Ranchos ásperos, zancos, albergando tantas vidas
Ranchos toscos, palafitas, abrigando tantas vidas
Continente de los que viven más allá de los reflectores
Continente dos que vivem mais além dos refletores
En las batallas invisibles de las necesidades rutinarias
Nas batalhas invisíveis de carências rotineiras
Hombres simples que resisten, luchadores de vida fuera
Homens simples resistindo, vida a fora lutadores
¡Quién nunca niega la mano por ayuda real!
Que jamais negam a mão para uma ajuda verdadeira!
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