Salão Azul
Alcyr Guimarães
Falou das donzelas, contou das mundanas
E da vizinhança, das velhas sacanas
Rodou a cadeira, mostrou a tesoura
Lançou um olhar na folhinha
Prá bunda da loura
Perfume barato, somado com água
O talco na nuca, no olhar uma mágoa
Na velha parede a frase era quente
"não há cu de peruano que agüente"
Quem sustentava seu homem
Quem apanhava de dia
Quem enganava o marido
Pois ter filhos nem podia
Não se trocavam palavras
Um falava e outro ouvia
E a testemunha era meu cacho que caia
E ele narrando, o caso do enterro do bicha
O melhor rabo do bairro, quem comeu
Não deixou pista
Acabava meu corte, sua obrigação
Com 3 meses eu volto, pra lhe ouvir com atenção
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