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A Menina e o Vulcão

Ana Larousse

Sou alguma coisa entre medo e explosão
Acho que de carregar algo com um furacão
Dentro de mim moram asas doidas pra me aventurar
Mas rodeiam sem descanso nesse meu jeito vulcão
Sou essa menina que tem medo de avião
Que chora sempre ao decolar mas cantarola pra nunca cair

Se canto baixinho é por medo de assustar
Já que grito no meu canto sempre antes de deitar
Que todos os dias sou barulho por demais
Deixo pra quando eu cantar
Algum sossego só pra eu respirar

Que toda essa pressa que me acorda de manhã
Dentro aqui do meu compor venha reduzir poeira em flor
Que toda essa briga que bagunça o coração
Voe longe voe longe alto a cada palco que me carregar

Só me desculpem se nem sempre eu sou canção
Sei que posso machucar é muito medo é muito furacão
Quem me dera ser suave assim com cada amor que em mim passar
Acho que é um pouco por isso que eu me namoro sempre a solidão

É que sou alguma coisa entre medo e explosão
Já que grito no meu canto sempre antes de deitar
Que todos os dias sou barulho por demais
E dentro ali do meu compor eu venho reduzir poeira em flor

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