Mulher
Bella Mattar
Olhe, mulher
Não se esconda atrás dos olhos que te observam
Aquelas visões são reduzidas à sementes
Que nunca verão as flores que ti regam
Escute, mulher
São se sufoque com a língua que te cerca
Aqueles sons são apenas notas
Nunca decifraram tua sinfonia complexa
Logo você
Que suportou o mais quente dos ferros
Moldada a fogo em duas argolas
Mudou a estrutura com sangue e ferros
Pregou na história tua guerra em memória
No em teu ser tem a liberdade
Só não desafia a própria morte
Liberta do teu peito a maldade
Se lembra que teu artifício nunca foi a sorte
Seja forte
Seja forte (seja forte)
Sinta, mulher
A flor da tua pele, nota apenas no toque
O tipo, seu espaço, seu trabalho não é bom grado
Antes que o grado te devore iê (te devore)
Daí-me força de Dandara pra entrar nessa briga
Lutando pela paz e sempre pela justiça
Em plena ditadura não abaixe a cabeça
Leila Diniz começou, e que isso permaneça
Se apanhou em casa deve ter aprontado
Graças a Maria da penha isso foi confrontado
Se hoje mulher canta e compõe tem um motivo
Chiquinha Gonzaga muito fez parte disso
Logo você
Que suportou o mais quente dos ferros
Moldada a fogo em duas argolas
Mudou estrutura com sangue e ferros
Pregou na história tua guerra em memória
No em teu ser tem a liberdade
Só não desafia a própria morte
Liberta do teu peito a maldade
Se lembra que teu artifício nunca foi a sorte
Seja forte
Seja forte (seja forte)
Os muros dessa cidade grafitaram você
Pregos de cores sobre liberdade
Que sonha a um dia poder viver
Essa utopia na realidade
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