Canoeiro
Carlos Villela
Nem o anto das lavadeiras
Nem caretas de carrancas
Nem chuva na cabeceira
Nem a franja das barrancas
Nem bando de borboletas
Em forma de aquarelas
Nem a espuma das maretas
Na proa de um barco à vela
Não se ouve pescador
Entoando assobio
Tecendo a rede e os sonhos
Descendo a curva do rio
Na margem esquerda do meu peito
Navega meu coração
Nas águas dessa saudade
Se fez embarcação
Eh, canoeiro
O que fizeram de ti e de tua canoa
Eh, beradeiro
Não tem casco de carí
Na areia da croa
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