Cantiga de Amor Teatino
Celso Souza
Me perdoa prendinha
Se eu cheguei de relancina
Dando cancha à mulher madura
Escondida na noite escura
Dos teus medos de menina
E eu te perdoo prendinha
Pois sem motivo ou razão
Assim também te chegaste
E mui matreira furtaste
Um naco do meu coração
E se eu me encontrei em teu ventre
E tive um repente de paz
Pela saudade de teus beijos
Jamais minha vida de andejo
Voltará aos tempos atrás
E retornando as tropeadas
Num prico como cheguei
Sentirás ainda meu cheiro
No chão onde fui o primeiro
Ali donde mais me entreguei
E eu,arredio de nascença
Maleva de parca estampa
Estranho às cosas do peito
Levarei nos avios o teu jeito
Enquanto vagar pelo pampa
E quando os montes lembrarem teus seios
E o vento imitar a tua voz
Restarão nuas frinchas na alma
Mirantes,na mais doce calma
Dos requerdos de um quera só
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