Chuva da Tarde
Cristóvão e Colombo
Chuva da tarde
Eu me lembro aqueles dias
Que mansamente caía
Sobre o meu rancho de palha
Chuva da tarde
Que apagava a poeira
Tu é sempre companheira
Do caboclo que trabalha
Me lembro ainda
Quando na roça eu morava
Quando feliz aninhava
Nas estradas do sertão
Chuva da tarde
Que sempre me ajudava
Ver lá na roça molhada
Toda a minha plantação
Chuva da tarde
Quando passava alguns dias
Que tu não aparecia
Já me apertava a saudade
Porque à tardinha
Quando em meu rancho eu chegava
Qualquer coisa me faltava
Era tu chuva da tarde
No outro dia
Quando pra roça eu voltava
Parece que eu escutava
As plantações reclamando
Chuva da tarde
Volte logo, por favor
Que o sertão não tem mais flores
Porque o Sol está matando
Chuva da tarde
Não esqueço um só instante
Das campinas verdejantes
Dos perfumes do sertão
Me lembro ainda
Do meu ranchinho querido
Que ficou tão esquecido
Longe eu choro de paixão
Chuva da tarde
Hoje eu moro na cidade
Mas não suporto a saudade
Que me fere o coração
Quando eu morrer
Que eu for pra eternidade
Por favor, chuva da tarde
Caia sobre o meu caixão
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