
Nenhuma lágrima de amor
Daniel Di Stéfano
Os olhos vermelhos e a boca seca de rancor
Refletem no espelho todo passado que restou
Num copo de vinho e num cigarro que apagou
Num rosto menino de olhos vermelhos de torpor
Eu acho que eu não sou daqui
Eu finjo ser de outro lugar
Meus olhos não vão chorar
Nenhuma lágrima de amor
Ontem eu via o mundo e era imundo
Hoje eu vejo tudo bem mais sujo
Ontem eu via o mundo e era sujo
Hoje eu vejo o tudo mais imundo
Escombros vermelhos de sangue morto se sujou
Por dolo, por culpa, ou por descaso se quedou
Completa maldade, olhos fechados pela dor
Menino de rua, o que o futuro reservou?
A morte na televisão
Num filme de computador
A fome mata meu irmão
E nenhuma lágrima de amor
Ontem eu via o mundo e era imundo
Hoje eu vejo tudo bem mais sujo
Ontem eu via o mundo e era sujo
Hoje eu vejo o tudo mais imundo



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