Onde Mora Meus Pais
Dinael e Zé Claudino
Não suportando a saudade
Do tempo que longe vai
Voltei a onde vivi
Os bons tempos de rapaz
No riachi da jangada
Quanta lembrança me traz
As campinas verdejantes
E os lindos coqueirais
Minha alegria foi tanta
Quando eu vi a casa branca
A onde moram meus pais
Na sombra do pé de cedro
Passei hora recordando
O correr do dia a dia
Tudo foi se transformando
Não vi as vacas leiteiras
Lá no portão ruminando
No piquete não vi mais
O meu cavalo pastando
Não ouvi mais as batidas
Com passadas em seguida
No monjolo trabalhando
Eu não vi mais o Jaó
Que anda no tamboquinho
E lá na passagem velha
Lá não existe o barreiro
A onde dava na certa
Rastro fresco dos mateiros
Eu não vi mais o sultão
Nem o ganpio ligeiro
Chorei por não resistir
A saudade que eu senti
Dos antigos companheiros
Hoje eu vivo recordando
O barulho do riozinho
Também da paineira velha
La na curva do caminho
Seu galhos ainda flora
Dando abrigo aos passarinhos
Em seu tronco eu vi meu nome
Cravado entre os espinhos
Do tempo bom que passou
Só a saudade ficou
Ao longo do meu caminho
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