Nega Menina
Elem Nara
Caminho de chão marcado por seca
Seguindo uma trilha enquanto sonhava
Cristais tão molhados que matam a sede
Sereia que brilha num poço escuro
A nega, menina de pés sobre o chão
A nina, me nega que há solidão
Cristais de uma chuva lavam nua alma
E trazem o futuro pra palma da mão
A terra em pingos brilha no vento
Olhos de além, cansados ao tempo
E ao tempo o vento, bagunça a neguinha
Mas ela nunca vê contratempo
Com a beleza de um catavento
Corre leve, na rua, levando alegria
Ao léu
Por pura opção fez valer os dias
Em que a vó curtia as bacias sem água
Com balde na mãe entrava e saía
Levando mais vida para sua casa
Hoje a nega lembra saudosa, sabendo
Que será eterno o tempo em que estava
Brindando o simples com o amor da Bahia
Bem mais que materno que, ali reinava
A terra em pingos brilha no vento
Olhos de além, cansados ao tempo
E ao tempo o vento, bagunça a neguinha
Mas ela nunca vê contratempo
E com a beleza de um catavento
Corre leve, na rua, levando alegria
Ao léu
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