Dia branco
Estado de Sítio
Era um caminhar
Lânguido, vacilante
Sem pressa no olhar
Estava longe, assim distante
Trazia no sorriso
Uma estranheza incomum
Ninguém entendia a alegria
Naquilo que ele podia ver
Mais uma vez, sentava-se
Naquele mesmo banco de praça
Consumia-se
Num silêncio mortal
Não aceitava existir
Um só erro que fosse o final
Não podia ele interromper
Os primeiros raios
Que esperavam o sinal singelo
Do canto do sabiá
Que mais uma vez vai prestar
A sua raverência diária
Enchendo o dia de luz
Trazendo a presença da manhã
Então ele sorri mais uma vez
Pois o sol cumpriu de novo a sua parte do trato
Levando para a vida de um cego
Algumas horas de um lindo dia branco
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