Velho Bocal
Felipe Chaves
Velho bocal crioulo
És passado e és presente
E na mão de muita gente
Das primeiras armas da guerra
No ciclo que assim se encerra
Como manda a tradição
Quando brota a baba branca
Já manso de lombo e anca
Porque se fez redomão
Velho bocal crioulo
És tira Larga de tento
Que do arrocino faz parte
Pra o índio que é desta arte
Lis digo quê é de grande soma
Das etapas essenciais
Que vem lá dos ancestrais
Pra os homens que vende a doma
Velho bocal crioulo
De muito tempo és usado
Dês daqueles queixo atado
Dos guapos índios charrua
Que de lanças e cordas cruas
Defenderam ideais
Sobre lombo de baguais
Moldando a casco uma história
Que ficaram na memória
Dos campos de mananciais
Velho bocal crioulo
E quantos potros fizeste
A o largo de tua existência
E os mais velhos já diziam
Aí que botar tenência
Nos que tem queixo roxo
E os que são de boca branca
Se ata o tento ao mais frouxo
Velho bocal crioulo
A golpe foste sovado
Com três voltas bem atado
No mundo segues peleando
E algum queixo calejando
Tironeando teu destino
Aonde quer que tu ande
Fazendo destes teatinos
Cavalo pra este rio grande
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