Celebrar
Jairo Pereira
Celebro e quebro condutas
Fim das disputas, fim dos rancores
Quero mais amores, livres e disparados
Quentes e despudorados a nos livrar das dores
Dos dias cinzas e tristes
Máquinas, buzinas, vidas
O que dizer das vidas, que feito espadas se batem?
Falta água, carinho, falta luz e tudo que nos conduz
Nos desvia da paz e mais
Falar de amor é falar de prisão, mas comigo não
Eu quero colo, eu quero abraço
Que me livrem deste cansaço, deste marasmo
Deste peso que feito morsa prensa
Feito crença que castiga em flagelo
Eu quero desconstruir os castelos de areia e ferro
Quero desobstruir as artérias
Desfazer o cancro, o câncer e gozar os instantes
Profundos e ligeiros
Duradouros ou passageiros
Eu quero ir sem medo
Pois tudo isso tem nome
É fome, é sede
Eu quero escrever bem grande numa parede
Pra que eu mesmo não esqueça
Que meu jardim, lindo e bonito
Está na minha cabeça e regar faz bem
Por isso meu bem, regue o seu também
E amanhã tudo será melhor
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