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Pra Quem Tem Alma Nos Bastos

Jeferson de Almeida

De tanto gastar sovéus
Perderam a conta dos calos
Sempre ajeitando cavalos
Pra serventia dos basto
Trazem auroras de arrasto
Junto as esporas crinudas
Ponchos de alla nas cinturas
E os chapelões bem tapeados
Sombreando sonhos alçados
Zombando tempo e lonjuras

São os habitantes do arreio
São os senhores do estrivo
Não são os mesmos da tribo
Que enfeitam cartões postais
Esses encilham baguais
Com pradarias no olhar
Sabem de golpes no ar
E de tirões campo a fora
Quando um pavena se atora
Cambiando o céu de lugar

Assim é a sina dos quebras
Que ensebam as de garrão
Quando a Lua num tirão
Vem arrastar madrugadas
Ai mistério nas mateadas
E no olhar dos melenudos
Que acreditão nos jujos
E num bocal bem sovado
Tropilha xucra é um pecado
Pra quem tem alma nas puas

Pois mal o Sol cruza nas frinchas
Listrando o negror dos ranchos
E as nazarenas dos ganchos
Lhe saltam nas garroneiras
Duas estrelas boieiras
Com ganas de pêlo mouro
Que brilham no céu dos couros
Quando um potro corcoveia

É lindo ver num palanque
Um ventena cosquilhoso
Desses que arrancam o toso
Lambendo o chão da mangueira
Pra quem tem alma campeira
Este convite é um "regalo"
E esses não deixam cavalos
Com ânsias de estrada e poeira

Nem o rigor dos invernos
Muda a feição desses tauras
Tão pouco o lombo dos maulas
Lhes tiram tino e razão
Pois quando o braço fraqueja
Lhes sobra n'alma destreza
E anseios de um redomão

Já no final da jornada
Quando o chiar das cambonas
Empecam cantigas velhas
Para anunciar a mateada
Um taura, afina a guitarra
E ensaia um verso a preceito
Quer ver se peala de jeito
Os chucros olhos da amada
Outro, co'a ideia distante
Lá pela banda oriental
Ajeita basto e bocal
Mordendo um toco apagado
Ginete ninguém segura
Tá lejo a semana santa
Mas já está de mala pronta
Rumo as criollas del prado

Assim vão cruzando a vida
Tropeando o próprio destino
Golpeando algum sonho antigo
Que se perdeu pelos pagos
Ou na ilusão dos teatinos

Levam auroras de arrasto
Junto as esporas crinudas
Ponchos de allá nas cinturas
E as almas presas nos tentos
Com o rio grande a cabresto
Pra fazer pátria e fronteira
Além das vãs cordilheiras
Nos prados do firmamento

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