Campesina
Juliana Spanevello
Volto em silêncio pra beber das velhas fontes
Molhar os pés naquela sanga cristalina
Que logo ali vai desbravar os horizontes
Pra libertar os meus anseios de menina
Cabelos longos, fustigados pelos ventos
Sons de dialetos, vozerio dos parreirais
E o rio inquieto com nostálgicos lamentos
A imitar o cantochão dos ancestrais
Tudo me chama no verdor dessas ramagens
Vales e montes, terras férteis e trevais
Adolescentes os meus sonhos têm paisagens
Que vida afora, não me deixarão jamais
Junto às encostas, meus avós plantaram fundo
As esperanças pra colher tempo melhor
Descortinaram o nascer de um novo mundo
Feito de luta, de trabalho e muito suor
Meu canto tem, a mansidão de lamparinas
Nasceu liberto sem maneia nem buçal
Mas não renega minha origem campesina
Mesclando raças e sonoro madrigal
Tudo me chama no verdor dessas ramagens
Vales e montes, terras férteis e trevais
Adolescentes os meus sonhos têm paisagens
Que vida afora, não me deixarão
Tudo me chama no verdor dessas ramagens
Vales e montes, terras férteis e trevais
Adolescentes os meus sonhos têm paisagens
Que vida afora, não me deixarão jamais
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