O Caderno da Beata
Kleberson Silva
Ela é causa e dor
É flor, espinho
E é o nome da Rosa
Ela é causa e dor
É flor e espinho
É o nome da Rosa
Ela me disse que nunca amou, seja lá quem fosse a pessoa
Ela é só um anjo disfarçado de demônio da garoa
Seus seios fartos de confusão, é atração
Louca imaginação, homens que até então
Tinham em seu chiqueiro, feito uns porcos
Tudo consumiam
Ah, e ela os envenenou, com seu coração ferido
Ferido
Dentro do caderno da Beata uma lista tão medonha
Uma garota já sequelada de dogmas e vergonha
Lembram-se de sua criação, dos pais e o irmão
Forçando então, a sua conversão
E ela se tornou então a mulher que tanto temiam
Ah, e a saudade apertou dos seus livros de ateísmo
Ateísmo
Santa Cristina, Marta, Justina, Eufêmia, Pelágia, Cecília
A Beata rejeitava todas exiladas em uma ilha
Ilha mesmo era o seu coração que rezava em vão
Comia o pão que a família amassou
Com tantas ameaças, sua carne todos possuiam
Mas o caderno ela queimou
Com o nome de todos que possuíram
Com vinho ela se redmia
A lágrima escorria de alegria
Que um novo dia lhe surgiria
Aquela noite era o fim, era o fim, era o fim
Ela é causa e dor
É flor, espinho
É o nome da Rosa
É um drama concebido no meu jardim
Ela é causa e dor
É flor, espinho
E é o nome da Rosa
É um drama concebido no meu jardim
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