Quando se Cala o Galpão
Leonardo Diaz Morales
Silenciou o vozeriu
Morreu a charla
O galpão se cala
Perdeu o sentido
Quem gritou truco
Para a ilusão
Jogou de mão
Mas perdeu envido
Não há gaitadas
Tão pouco gaitas
A voz do taita
Perdeu seu léu
Não há guitarras
Ponteando sonhos
E nem fumaça
Formando véus
Do Camboatá
Só restou a brasa
E a velha casa
Virou tapera
Não há mais cusco
Espraiando sono
Ao redor do dono
Mateando espera
Velhos retratos
Restos de um basto
Lombilho gasto
Sem as basteiras
Campeiam sonhos
Em reculutas
Na doma bruta
Da alma poveira
Velhos retratos
Restos de um basto
Lombilho gasto
Sem as basteiras
Campeiam sonhos
Em reculutas
Na doma bruta
Da alma poveira
Cavalos magros
São charreteiros
Dos papeleiros
Em duras jornadas
Perderam garbo
Não mascam freios
Nem escarceiam
Nas campereadas
Bombachas largas
Velhas e poídas
Igual a vida
Desses paisanos
Ainda retratam
A estampa monarca
De quem pôs marca
Em muito orelhano
Bombachas largas
Velhas e poídas
Igual a vida
Desses paisanos
Ainda retratam
A estampa monarca
De quem pôs marca
Em muito orelhano
Do Camboatá
Só restou a brasa
E a velha casa
Virou tapera
Não há mais cusco
Espraiando sono
Ao redor do dono
Mateando espera
Velhos retratos
Restos de um basto
Lombilho gasto
Sem as basteiras
Campeiam sonhos
Em reculutas
Na doma bruta
Da alma poveira
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