Baile de Rancho
Luiz Carlos Borges
Quando chego num baile de rancho
Que a cordeona começa a se abrir
Vou mirando pra porta do quarto
Da donde as muchachas costumam sair
Vejo fitas em tranças compridas
Perfumadas de manjericão
Brilhantina e cheiro de extrato
Que o velho mascate vendeu no rincão
O gaiteiro destampa a cordeona
Que se espicha, se encolhe e se dobra
No carteio do baile de rancho
A mais feia da sala é que sempre me sobra
Tiro a poeira da sola da bota
No compasso desse vanerão
E na voz de fumo e se vamo
Parece que entramo pra dentro do chão
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