Ponta de Faca
Majestade e Sabiá
Eu queria saber o que faço
E agradar o mundo
Se preciso dar murro
Em ponta de faca ou não
Se não devo parar os meus passos
À beira do abismo
Para ter uma estátua na praça
Ele era tão bom
Não queria sentir essa dor
Que eu sinto por ela
Porque sei que ela vive estirada
Nos braços de alguém
Que não sabe, nem pensa
Que um dia eu pulei a janela
Lhe amei assustado
Pensando que logo ele vem
Da vida não levo nada
Do jeito que a vida tem
Depois de fechar os olhos
Não adianta ser alguém
Da vida não levo nada
Do jeito que a vida tem
Depois de fechar os olhos
Eu não sou ninguém
E me vejo parado pensando
Nas coisas do mundo
Eu às vezes duvido que o povo
Tenha a voz de Deus
É que o homem, às vezes
Se sente mais realizado
Se ao invés de dizer parabéns
Ele fala coitado
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