Lavadeiras do Córrego São Miguel
Mandinho de Jequitinhonha
Seu menino me dá um tiquinho de sua atenção
Pra alembrar da mulher lavadeira do meu ribeirão, ô diá
Lá do alto da ponte, antonte podia-se ouvi-las, cantar
Andando no asfalto quente das bandas da Asderje, ô diá
Ou da Rua de calçamento da Conacreje
Uma bacia de roupa pesada na cabeça, ô diá
Uma rodilha de pano enrolado pra modo de a dor amaciar
Na cacunda uma criança chorando pra se alimentar
As batidas das roupas torcidas, quaradas nas pedras, ô diá
O soar das cantigas de roda peneirei fubá
Era a lida da sobrevivência de se admirar
É cascalho quicando na água pra não afundar, ô diá
Canoinha de palha de milho, temendo tombar
Tem a força de mulher raiz de um Jequitibá, ô diá
Como argila, se amolda perfeita pros filhos cuidar
Gradicia, com as mãos enrugadas, os calos nos pés, ô diá
Uma rezinha passando de frente a Igreja São José
Nos lajedos, guardados segredos da mulher lavadeira do Córrego São Miguel
A história escrita por elas não está no papel.
Nos lajedos, guardados segredos da mulher lavadeira do Córrego São Miguel
A história escrita por elas não está no papel.
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