Janelas
Bernardo do Espinhaço
Anseias por minhas janelas
E eu nem as tenho pra dar
Me invento do lado de dentro
Me experimento seu experimento ocular
Me enquadro em lapso cintilante
Errante desisto da fala
Mas sou homem da boca pra dentro
No estojo da alma
A terra de lá onde venho
É pedra e não terra que há
Mas vejam aqui nesse engenho
É a janela que posso dar
A noite na beira do rio
Me cala milênios de voz
Mas eu trago a voz desses bichos
No estojo da alma
Minha alma, minha alma, minha alma...
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