Boêmio Demodê
Nelson Gonçalves
Vou fazer uma seresta
Moderninha como quê
Misturar os tratamentos
Juntar o tu com você
Eu não quero que me chamem
Um boêmio demodê
Com acordes dissonantes
Sem marquise e sem calçada
Sem vulto de mulher amada
Na penumbra do balcão
Seresta ultra moderna
Sem viola e violão
Minha seresta
Não terá pinga na rua
Não terá luar nem Lua
E nem lampião de gás
Porque a Lua
Nesses tempos agitados
Já não é dos namorados
Romantismo não tem mais
Minha seresta
Nesta era espacial
Vai se tornar imortal
Na voz daquele ou daquela
Minha seresta
Vai ganhar placa de bronze
Pois nem mesmo apolo onze
É mais moderno que ela
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