Cotidiano
Os Bandoleiros e a Cigana
Há quanto tempo que você não ouve a voz
Da inocência?
Há quanto tempo que você não sente o toque
Da virtude de ser bom?
Há quanto tempo você não sente o cheiro
Do ar sem manchas?
Do verde que seca em muros de concreto
Nesse cotidiano raso
E essas ruas que só tem
O calor dos carros
Até quando vão olhar e fingir que é melhor não ver?
Vidas disfarçam o que jaz por aqui
Até quando vão olhar e fingir que é melhor não ver?
Peças se movem, ficamos I'móveis aqui
E quanto as vezes o dia começa sem o sol nascer?
E quantas vezes anoitece e pernas vem em vão?
E mãos calejam na palma de outras mãos?
E quantas mãos nem se dão?
Até quando vão olhar e fingir que é melhor não ver?
Vidas disfarçam o que jaz por aqui
Até quando vão olhar e fingir que é melhor não ver?
Peças se movem, ficamos I'móveis aqui
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