Lágrimas de Pai
Paiozinho e Zé Tapera
Num rancho lá no sertão
Aonde eu fui morador
Morreu a mulher que eu tinha
Meus filhos me abandonou
Depois de velho cansado
Não posso mais trabalhar
Vivo no mundo jogado
Eu levo a vida a penar
O dia vem clareando
A grande dor não consola
Sozinho eu vou caminhando
A todos pedindo esmola
É triste a minha sorte
Mas meu viver está no fim
Quem eu criei me despreza
Ninguém tem pena de mim
O mundo é minha morada
Eu sofro sem merecer
No mato eu faço pousada
É triste o meu viver
Meus filhos agora estão moços
Mas de mim eles esquecem
Pra não me ver viram o rosto
Fingem que não me conhecem
A deus eu peço a morte
De sofrer estou cansado
Eu quero deixar este mundo
Aonde eu sou desprezado
Eu quero chorar e não posso
Nem forças não tenho mais
Alguém vai sentir remorsos
Do que fez ao próprio pai
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