O Crime de Maringá
Palmeira e Luizinho
No sertão de Maringá, quem passar beirando a estrada
Tira o chapéu com respeito, pras tuas cruz ali fincada
Uma cruz é pequenina, toda de flor rodeada
A outra é grande de cipó, e tá sempre abandonada
Cada cruz é uma vida, cada vida é um destino
A cruz pequena e tratada, arrepresenta o mundo
A cruz grande abandonada arrepresenta o assassino
Que pagou com sua vida a vida do pequenino
Na fazenda Santa Pura, milho verde era fartura e o patrão um falso nobre
Preferia ver a plantação apodrecendo no chão mas não dava para o pobre
Eu passava com meu filho, e ele vendo aquele milho, uma espiga quis colher
Pra fazer uma pamonha, deixei pois não é vergonha (rouba ma proi tai comer)
Mas por causa de um desejo, oh meu Deus o que é que eu vejo
Dei um grito de repente
O patrão tava de guarda e com um tiro de espingarda matou meu filho inocente
Fiquei louco nessa hora, pedi pra Nossa Senhora forças para eu reagir
Avancei nesse tarado, e com um golpe de machado sua vida destruí
Hoje na beira da estrada, tuas cruz estão fincada pra lembrar esse causo triste
A pequena é bem tratada a outra vive abandonada, parece que nem existe
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