Rosa da Madragoa
Raquel Tavares
No bairro da Madragoa
À janela de Lisboa
Nasceu a rosa Maria
Filha de gente vareira
Foi criada na ribeira
Entre peixe e maresia
Flor, mulher, aquela rosa
Era a moça mais airosa
Que a lota já conheceu
E toda a malta do mar
Suspira ao vê-la passar
De chinela e perna ao léu
Lá vai a rosa Maria
Que é a alegria desta ribeira
Ouve e ri à gargalhada
Qualquer piada por mais brejeira
Vai bugiar, meu menino
Não deites barro à parede
Que esta rosa é peixe fino
Pras malhas da tua rede
O jovem chico fateixa
Já jurou que não a deixa
Pois a paixão é teimosa
E é de tal modo a cegueira
Que deu à sua traineira
O nome daquela rosa
E a rosa da madragoa
Ao ver escrito na proa
Seu nome rosa Maria
Ergueu os braços ao chico
Começou o namorico
E vão casar qualquer dia
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