Maria Dirce
Renato Teixeira
Conheci Maria Dirce
Entre uma lua e um sol
No olhar frio padecido
Tinha um “quê” dos perdidos
Que ela não pôde brincar
Seguiu comigo na praia
Molhando a barra da saia
No que sobrava do mar
Fazia do instante um sonho
Porque amanhã não tinha
Razões pra querer sonhar
No corpo seus paramentos
Eram manhãs de domingos
Vontades de convidar
Fazia um ar quase alheio
Como parada no meio
De um vou e um quero ficar
Maria amor e segredo
Maria de tantos medos
Que desandou a pecar
Menina dezesseis anos
Com rima nos desenganos
Tristonhos de não voltar
Correr os pés na campina
Na serra que só termina
No encontro do nosso olhar
Maria Dirce me disse
Que andava por decidir-se
A nunca mais recordar
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