Um Brinde a Solidão
Semiáridos
Andando pelas ruas e os raios me chegam do luar
Um lado tão sozinho e o outro sem querer parar
Alguém, assim, me aconselha a não mais olhar para trás
E o que se construiu, aos poucos, tanto se desfaz.
Minha sombra companheira me mostra que está tudo igual
Violência em minha frente e também na página do jornal
E aquele olhar faiscante, de longe, me passa a apertar
E o que isso importa se há criança sem se alimentar
E por amor, alguém, talvez saiba o que se possa fazer
E por amor, alguém, talvez saiba o que se possa fazer
E por amor, alguém, talvez saiba o que se possa fazer. E por amor, alguém, talvez saiba o que se possa fazer
Destinos ora entrelaçados, quebrados, jogados para o ar
E o coração do amigo ferido sem parar de sangrar
Que esses mesmos destinos, sozinhos, possam ficar
Estancando o coração do amigo para que possa cicatrizar
E por amor, alguém, talvez saiba o que se possa fazer
E por amor, alguém, talvez saiba o que se possa fazer
E por amor, alguém, talvez saiba o que se possa fazer
E por amor, alguém, talvez saiba o que se possa fazer
Fiéis em seus templos se curvam e dizem amém
Para exatos poucos pontos, apenas, os que lhes convém
Na solidão se pensa em como tudo deve estar
Que a depressão não venha pois há muito há executar
E por amor, alguém, talvez saiba o que se possa fazer
E por amor, alguém, talvez saiba o que se possa fazer
E por amor, alguém, talvez saiba o que se possa fazer
E por amor, alguém, talvez saiba o que se possa fazer
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