Fogão À Lenha
Telmo de Lima Freitas
Fogão à lenha que nas invernias
Aquece os dias cinzentos de frio
(Nem os quero-quero dão sinal de vida
Nem lá na restinga roncam os bugios)
É geada das preta, das de renguear cusco
É um lusco-fusco ao amanhecer
(Uma ovelha berra procurando a cria
La pucha! Que dia duro de roer)
E o fogão à lenha dá conta da lida
Boceja fumaça no canto do oitão
(Brasas de espinilho com achas de angico
Forninho tinindo na espera do pão)
Campeiro de fato, já de madrugada
Bigode engraxado, taureiam o frio
(Na velha cozinha a Dona Pequena
Ouvndo a galena tocar um bugio)
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