Zé Pedreiro
Tião do Carro e Talismã
Todas as noites lá do meu apartamento
Eu fico olhando a vida simples da favela
Apago as luzes pra que o mundo não me veja
E fico ali horas inteiras na janela
O Zé Pedreiro que lá vem trançando as pernas
Faz zigue-zague, mas não erra o seu portão
Vem sua amada com o filhinho no colo
Eles se abraçam e entram no barracão
Para o seu filho ele trouxe pirulito
Pra sua amanda trouxe balas de hortelã
E nesta cena rotineira de favela
Para ela Zé Pedreiro é seu galã
Para ele sua amada é uma rainha
O seu barraco é um castelo de marfim
Eu lá de cima vejo aquele paraíso
Quisera Deus se eu tivesse vida assim
De que adianta luxuoso apartamento
Aqui tão alto quase perto do luar
Se eu não trago pirulitos e nem balas
Se eu trouxesse não teria pra quem dar
O Zé Pedreiro é feliz em sua vida
Com seu barraco, seu filho e mulher amada
O Zé Pedreiro é rico em sua pobreza
Eu na riqueza tenho tudo, estou sem nada
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