Gaiola
O Velejante
Acho que eu não sou daqui
E esse chão de asfalto já não me engana
E essa tal semana
Que vocês insistem em seguir
Menos pensar e mais sentir
Chamem os ratos pra sair
Aqui ninguém se ama
Internados em uma cama
Esperando alguém curtir
Oh, mas tem sujeira aí
De onde eu venho o Sol que vale mais
Do que as falsas estrelas
Mentiras inteiras
Que só te empurram pra trás
E eu me lembro bem do que eu ouvi
Alguns heróis são de anos atrás
Experiência que transborda
Mantenha aberta a porta
Ou permaneça em alcatras
Sai da gaiola pra poder voar
Conheça a história pra não se enganar
Evite a vitória, o primeiro lugar
Liberdade completa é compartilhada
Formigueiro tá confuso
E com razão
Subnutrido e sabotado
Falta empatia, sem união
Nosso corre vai estar sempre atrasado
Grade, horário difuso
Efeito parafuso
As pessoas nem olham pro lado
Engaiolado, eu me recuso
A permanecer calado
Evite a vaidade
Aceite a idade
O tempo é seu, então tire bom proveito
Repense os pilares
Nós somos milhares
E mesmo assim os porcos continuam eleitos
Em leito, nossa pátria
Olho focado na tela
Inconsciência mantém atitude apática
Mídia bomba de efeito
E a cidade aglomera
Competidores estudando matemática
Sigo tranquilo cultivei minha paciência
Corre certo é ver de perto todo mundo bem
Geração zen, permaneça harmonizado
Banho de Sol das quatro, vinte manos pra trombar
Plano de voo pesado
Conteúdo pro mercado
Pensamento vem prensado e pronto pra exportar
Ando no seu ponto cego
Os cães farejam ego
E aquilo que eu distribuo não tem que legalizar
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