Não é Gaúcho Quem Não Gosta de Cavalo
Walther Morais
Me criei numa canhada lá no fundo da estância
Sufocando a própria ânsia da minha vida campeira
Lidando a semana inteira prá cumprir minha jornada
Pulando de madrugada antes de romper a aurora
Eu saía campo fora pra recolher a manada
(Junto com minha tropilha que um por um embuçalo
E me entende quando falo, esta potrada de luxo
Por certo não é gaúcho quem não gostar de cavalo)
Lidando com gado brabo potro xucro e redomão
Maneia e buçal na mão um par de rédeas e bocal
Puxando queixo de baqual fui crescendo acostumado
E algum turuno extraviado nunca me escapou do laço
São os serviços que faço bem assim que fui criado
( )
Por gostar da lida bruta me apelidaram nativo
Deste jeitão que eu vivo do campo eu não me afasto
Enforquilhado nos bastos vou cumprindo a minha sina
Sei que esta vida termina tenho certeza que morro
Se faltar pingo e cachorro rodeio fandango e china
( )
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