Solidão
Wilson Aragão
Solidão é um umbuzeiro
Perdido na mata, perdendo os frutos
É um coração que se alojou em veias nobres
Um tripanossoma cruzi
É ter a seca nordestina na sequidão do século
É um sujeito que vai fazendo um rastro
E o vento vem e apaga
É um nordestino voltando pra capital
Com um zumbido na cabeça
É a cabeça branca de tanto pensar
É a barriga que se almoça, não janta
É a placa indicando: Longo trecho em declive
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