
Olhares Sem Destino
Zé Ramalho
Observo olhares sem destino
Perfurando ovários estrelares
Entretanto vacilam se buscares
Tua régua de olho cristalino
No cabelo só passa o pente fino
Na retina só vejo se olhar
No gameta desprendo meu colar
Na costela da perna de um adão
Nos olhares das penas de um pavão
Hipnóticos ao enfeitiçar
A revolta de toda a natureza
Mediante a matança de seus bichos
Através dos grudentos carrapichos
Toda praga que vem é com certeza
O silêncio que paira na pobreza
É capaz desse mundo acordar
Para um louco que vive a meditar
No dragão que matou a mocidade
Um herói que morreu pela metade
Se viveu não tem forças pra contar
Mas a vida me leva pela noite
Até o vento se cala a cotovia
Uma ponte até o outro dia
Um cangaço que pede um açoite
Que ninguém me convide que pernoite
Nos confins das crateras poluídas
Tenho várias couraças destemidas
E brasões de metais incandescentes
Tenho rio, riachos e correntes
Tenho chamas e são embevecidas



Comentarios
Envía preguntas, explicaciones y curiosidades sobre la letra
Forma parte de esta comunidad
Haz preguntas sobre idiomas, interactúa con más fans de Zé Ramalho y explora más allá de las letras.
Conoce a Letras AcademyRevisa nuestra guía de uso para hacer comentarios.
¿Enviar a la central de preguntas?
Tus preguntas podrán ser contestadas por profesores y alumnos de la plataforma.
Comprende mejor con esta clase: