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Covardia

Zilo e Zalo

Trago no peito a cicatriz de uma saudade
No desespero minha alma está perdida
E a lembrança desse meu cruel passado
É como espinho transpassando minha vida
Estou sofrendo e porque fui um covarde
Fui traiçoeiro a quem tanto me queria
Ignorando que mais cedo ou mais tarde
Pagasse caro toda minha covardia

Sou obrigado a viver neste desterro
Sinto remorso me doer na consciência
Vejo na frente o espelho do meu erro
Estou vivendo na mais triste penitência
Embriagado eu recordo o momento
Que junto à ela eu subi aos pés do altar
Depois por outro desviei meu pensamento
E para sempre desprezei meu santo lar

Hoje me vejo sem abrigo e sem mais nada
Voltei à ela arrependido do que fiz
Pobre mulher tinha sido obrigada
Buscar abrigo numa vida infeliz
Eu lhe roubei o santo nome de esposa
Lhe atirando no abismo deste mundo
Porém se ela é uma pobre mariposa
Eu sou a sombra de um boêmio vagabundo

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