A Ópera dos Malandros
Gonzaguinha
Canta, Canta meu Salgueiro!
Salve a malandragem
Tem que respeitar
Laroye, com muito axé na avenida
Abram as cortinas que o show vai começar
Em cena meu Salgueiro
De vermelho e branco é o rei da madrugada
Vai sambando faceiro, agitando o terreiro
E faz da rua sua eterna morada
É o barão da ralé nessa festa popular…
Pois é… Tem fé, tem energia!
Deixa o samba te levar
Vem malandro, flanando triunfal…
Da lapa, berço da boemia…
Personagens diferentes
Zé povinho ou fidalguia?
Amante do cabaré…
É o cavalheiro que ninguém pode domar
Com as mimosas e as muchachas…
Só vai embora quando o dia clarear.
Odara obá… o quê?
Lá na Tiradentes, a lua ilumina…
Todo o seu gingado, terno engomado…
Cada cabrocha em seus olhos vê magia
No fio da navalha…
O doutor não falha!
Apara dilemas, se esquiva da morte…
No jogo não joga a toalha…
Carteados e roletas
No perde e ganha ainda tem porte
A sorte abate o forte
E o poeta vadio na mesa de um bar…
Aprende a versar nunca anda só
Entre um batuque, um palpite e um goró
Sua guia chacoalha
Trabalha "pakas", pega o trem da Central
E viajando no vagão da esperança
Hoje vira samba no meu carnaval
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