Tacuapi
Jayme Caetano Braun
Tacuapi - gomo de cana
Falquejado de taquara
Por minha artéria dispara
O sangue verde que irmana!
O pai tupã guarani
Nos primitivos rituais
Te batizou "tacuapi
Para o licor dos ervai!
Nos lábios de uma guria
Ou na boca de um ventena
Meu trono é a cuia morena
Quando a mão me acaricia!
Agora - de prata e ouro
Ou de alpaca - simplesmente
Sigo sendo a confidente
Do mal de amor e namoro!
Hoje - na beira do povo
Na miséria do casebre
Inda guardo a mesma febre
Mas nada volta de novo
Então sou clarim de guerra
Fazendo roncar o mate
E fico a pensar na terra
Que eu entreguei sem combate!
O mate se desencilha
Já não tem água a cambona
Só me resta na boquilha
O beijo da minha peona!
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