Oito Doses
Lucas Kallango
Apenas oito doses para me matar
Só para escrever o que nunca vou te falar
Só pra ficar aqui sentado vendo a morte
Em forma de uma brisa
Apenas oito no meio de tantas
De tanta depressão, poeira, carros novos, chabilândias
E meu bilhete único me leva a um lugar
Tão solitário e úmido
Foram oito empregos, oito pés na bunda
Oito sentimentos numa fama levianamente vagabunda
E o garçom me pede fica filho chora
Mas pede a nona dose
Reconheço seu projétil (perdido na multidão, no meio de tantos na solidão)
Minha Aorta tá sem sangue (sem dinheiro, corantes, plantas ou desodorantes)
Tira o dedo do gatilho (cuidado garota louca, essa porra pode disparar)
Me prepara a nona dose
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