Retrato do Pai
Luiz Carlos Borges
O jeitão do meu pai
Eu me lembro demais
Como seus ancestrais
Foi um rude peão
Foi de chuva e de Sol
De arado e facão
Quando escava o anzol
Era peixe na mão
O meu velho era sério
Um gaúcho de valor
Foi tropeiro e carreteiro
Bom de gaita e trovador
Sempre teve bom cavalo
E entendia de laçar
Quando lembro ele montado
Da vontade de chorar
Por isso guardo seu retrato
Aonde posso contemplar
E aprender um pouco mais
Do que restou em seu olhar
Esta certeza que há em mim
E o jeito firme de falar
Esta emoção que não tem fim
Só de meu pai podia herdar
O meu velho era sério
Um gaúcho de valor
Foi tropeiro e carreteiro
Bom de gaita e trovador
Sempre teve bom cavalo
E entendia de laçar
Quando lembro ele montado
Da vontade de chorar
Por isso guardo seu retrato
Aonde posso contemplar
E aprender um pouco mais
Do que restou em seu olhar
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