Rio Das Falas
Luiz Marenco
Nasceu pra contador da velha história
Que o tempo dividiu em mais de duas
De andar vagando os céus, tropeando luas
E bebedor nativo das memórias
Remanso em cada canto onde se ajoelha
Desde o sem fim à imensidão de sóis
Que vem beber na sanga dos heróis
Que a flor da terra tinge de vermelha
E vem beber na sanga dos heróis
Que a flor da terra tinge de vermelha
Há um repicar de sinos missioneiros
Num sonho triste transformado em ausência
E a mágoa antiga que já foi querência
No repicar dos bombos bagualeiros
Xirú vaqueano de tropeada e domas
Sem passaporte pra bandear fronteiras
E o rio da história que hermanou bandeiras
Na sina eterna de trançar idiomas
E o rio da história que hermanou bandeiras
Na sina eterna de trançar idiomas
Índios e tigres por matança e balas
Ecos de um grito, sapucay que sai
Da flor das águas transportando falas
Do canto xucro do Tupã Uruguai
Caminho dos chibeiros, contrabando
Nascidos dos dois lados que têm flores
Leva nas águas a mágoa dos sem nome
Na espoliação até não sabe quando
Leva nas águas a mágoa dos sem nome
Na espoliação até não sabe quando
Há um repicar de sinos missioneiros
Num sonho triste transformado em ausência
E a mágoa antiga que já foi querência
No retumbar dos bombos bagualeiros
Índios e tigres por matança e balas
Ecos de um grito, sapucay que sai
Da flor das águas transportando falas
Do canto xucro do Tupã Uruguai
Da flor das águas transportando falas
Do canto xucro do Tupã Uruguai
Da flor das águas transportando falas
Do canto xucro do Tupã Uruguai
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