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CAL
João Pedro Pais
CAL
CAL
Tu abuela, cubierta de silencio
A tua avó, coberta pelo silêncio,
Mírate, pasa por el tiempo
Olha para ti, atravessa o tempo,
Y sigue los pasos que das
E segue os passos que dás.
En su cara, sigues siendo el niño
No seu rosto, és ainda a criança
¿Quién juega en el patio trasero, que corrió por las calles
Que brinca no quintal, que correu pelas ruas
Y que tienes que proteger
E que tem de proteger.
A esa edad en que la memoria te acompaña
Naquela idade em que a memória te acompanha
Abuelas esperan, hechas de ternura
As avós esperam, feitas de ternura,
Tienen vueltas que dar
Têm colo para dar.
Ellos conocen los caminos que nacieron antes de ti
Elas conhecem os caminhos que nasceram antes de ti
Y se duermen solos, tímidos en días que no tienen fin
E adormecem sozinhas, cismam nos dias que não têm fim
Sienten sus venas en sus manos, cumplen sus rituales
Sentem as veias nas mãos, cumprem os seus rituais,
Se recuerdan a sí mismos a un mundo propio, existen detrás de la cal
Lembram um mundo só delas, existem por detrás da cal.
No se ha hecho daño
Sem terem mal
Llegará un día en que el silencio se encontrará
Chegará um dia em que o silêncio encontrará
Tiempo, tu cara
O tempo, o teu rosto
Detrás de la cal
Por detrás da cal
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