O Sopro do Silêncio
Paulo Vitor N
Hoje o dia me tratou tão bem
Que eu me dediquei a fome de sentir
As cores me saíram e eu pintei
Um corpo que sabia a mágoa que guardei
O amor que me fugia aceitei que venha apenas
Quando eu não o procurei
Olho de longe com a destreza no olhar
Ao meu redor a saudade em mim
Como quem diz não pretendo
Voltar aquilo que eu nunca fui
Mas mesmo assim sonhei que era
Ser alimentado com prazer
Ensaia a despedida que o corpo desejou
Ouve um canto seco
E preciso do abismo que abracei
O perigo pereceu
O sopro que o silêncio defendeu
Caos incorporou como amigo e venceu
Olho de longe com a destreza no olhar
Ao meu redor a saudade em mim
Como quem diz não pretendo
Voltar aquilo que eu nunca fui
Mas mesmo assim sonhei que era
A solidão que o sono entristeceu
Desperta a culpa pelo homem que não sou
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