Santa Cruz de Lorena
Tio Nanato
Lá no calcanhar da grota
Por ali, passo enfurnado
Meu clarim é um galo índio
Canta de peito entonado
O meu cachorro brasino
De noite, fica acordado
Tenho um cavalo de lei
Um pêlo-duro gateado
O meu espírito é um guerreiro
Sangue de índio pavena
Tenho fé no meu cavalo
Na santa cruz de lorena
Tenho fé no meu cavalo
E na santa cruz de lorena
Depois que o dia cochila
E a noite chega atropelando
Lá no campestre do mato
O touro zebu berrando
O sereno molha o lombo
Do meu rancho de capim
Prendo fogo no candeeiro
Pra alumiar em roda de mim
O meu espírito é um guerreiro
Sangue de índio pavena
Tenho fé no meu cavalo
Na santa cruz de lorena
Tenho fé no meu cavalo
E na santa cruz de lorena
Eu enterro o pai de fogo
Que é pra não fazer fumaça
Tomo um trago pra dormir
Que faz bem pra minha carcaça
Vou rachar o meu guarda canha
Fiz d'uma guampa de touro
Durmo pra sonhar c'o a China
Num velho catre de couro
O meu espírito é um guerreiro
Sangue de índio pavena
Tenho fé no meu cavalo
Na santa cruz de lorena
Tenho fé no meu cavalo
E na santa cruz de lorena
Por ser assim, desse jeito
Me sinto bem onde piso
Sou cria da pampa xucra
Rio grande, meu paraíso
Gaúcho por excelência
Desde guri, fui assim
Minha cultura, um catecismo
Que eu guardo dentro de mim
Gaúcho por excelência
Desde guri, fui assim
Minha cultura, um catecismo
Que eu guardo dentro de mim
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