Surungo de Arrancá Toco
Tio Nanato
De certa feita, eu levantei esculhambado
Perdi meu sono e a saudade me bateu
Coração véio' dava bulo e tropicava
Sentindo falta d'um cambicho que era meu
Tá desconfiado que ela me trocou por outro
Se ajeita, louco, que o problema não é teu
Tá desconfiado que ela me trocou por outro
Se ajeita, louco, que o problema não é teu
Pensei comigo: Vou procurar uma fuzarca
Que tenha China, jogo de osso e cantoria
Um bate-coxa num salão de chão batido
De porta aberta pra enxergar a barra do dia
E a gaita véia' se espichando e se encolhendo
Mesmo que um burro laçado pelas viria'
E a gaita véia' se espichando e se encolhendo
Mesmo que um burro laçado pelas viria'
Escuta o grito do xirú, dono do rancho
Subiu num banco, pediu um pouco de atenção
Tem uma hora pra vocês frouxar' o rabicho
Pra mulherada adelgaçar e trocar o batom
Comer uma boia e tirar o bucho da miséria
Arroz com couve e pé de porco no feijão
Comer uma boia e tirar o bucho da miséria
Arroz com couve e pé de porco no feijão
Mataram a fome, vamo' lá que a noite é curta
Gaiteiro véio' já tirou uma cochilada
Daqui a pouquito, já dou um pulo no bolicho
Buscar cachaça e um fumo pra xiruzada
Comprar mais boia e um litro de querosena
Se a noite volta, o candeeiro dá uma clareada
Comprar mais boia e um litro de querosena
Se a noite volta, o candeeiro dá uma clareada
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