Vai um Ginete A Lo Largo
Marco Aurélio Vasconcellos
Le viram passar de largo
Na noite que era um breu
Correndo como o diabo
Da fúria santa de Deus
Dizem até que nos pastos
Ficaram marcas estranhas
Feito um carrero de rastros
De fogo em plena campanha
Credo! Que Deus me guarde
Da agonia do meu sonho
Não é que eu seja covarde
Mas vez em quando me assombro
Não era sonho, que nada
Tempos depois descobri
Que avistou toda a peonada
O mesmo vulto que eu vi
Mas quem será o ginete
Que noite afora se some?
E corre na noite escura
Qual fosse uma criatura
Misto de fera e de homem?
Faço o sinal e me benzo
Por garantia no más
Por ter a alma gaúcha
Hermano, no creo en brujas
Pero, que las hay, las hay
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