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Aleluia (part. Poçam)

Martis MC

Meu Deus muito obrigado o morto ressuscitou
Respondeu a oração quando o doente chorou
Procurei nas baladas algo que enchesse o meu vazio
Uma breja, uma mina, um abraço sombrio, um beijo frio

Procurei no boteco, chapei o caneco e na maconha um teco
Fui prego, chopp, pinga, Whisky e os desafeto
Pai eu chorei ninguém sabe o quanto chorei
Dias ensolarado, mas no meu quarto me tranquei

Olhei no espelho e não me aceitei tive vergonha de mim
Porque minha pele não era branca? Eu já pensei assim
Queria ter o cabelo loiro e o olho azulzinho
Já sofri muito preconceito desde pivete até aqui

Mas hoje eu sei meu valor a casa caiu a mentira acabou
Hoje sei quem eu sou quem me chamou pra aonde vou
Jesus me deu um novo canto enxugou meu pranto
Curou minha depressão por isso eu canto

Aleluia, aleluia
Aleluia, aleluia

Andei corri na contra mão, como cego vaguei sem direção
Um aperto uma angústia no coração, amei me entreguei à perdição
Chorei, gritei, ninguém me escutou, pedi socorro ninguém ajudou
O ódio me sufocou, o vício me dominou
As trevas me cercou o inferno me ganhou

Pra aonde ir? Pra aonde correr? O que fazer? Aonde se esconder?
Fugi perdi a vontade de viver, desejei morrer
Tive medo de me olhar no espelho, vergonha da minha fala e do meu cabelo
De noite e de dia eu vivia a chorar, só esperando a morte vir me tragar

Me tranquei num quarto, me escondi do mundo
Amei o mundo, odiei o mundo
Pensei em acabar com tudo cortar o meu pulso
E dar de presente pra minha mãe um luto
Dar adeus pro mundo pro seus absurdos
E do outro mundo encontrar um rumo
Mas consegui vencer o meu luto
Eu encontrei em Deus um amor profundo

Aleluia, aleluia
Aleluia, aleluia

Me derrubaram, me cuspiram
O inimigo me surrou, zoou, abusou, Judas me beijou
A luz se pagou meu brilho
Acabou a minha autoestima, o ladrão roubou
Olhei pros mano e não achei ninguém
Hoje quer o meu mal quem queria o meu bem
Cadê meus manos me abandonaram
Também olhei pro lado e não sobrou ninguém

Fui refém do medo, fui refém dos becos
Fui refém daquilo que amarela os dedos
Um copo, um isqueiro, alívio pro meu desespero
Ganhei um novo nome maconheiro
Me sentir desprezado é memo embaçado
Quando todo mundo te deixa de lado
Coração machucado tem ali e foi pisado
E pelo sistema fui roubado

Barraco de pau-a-pique chão batido, mas ali dentro crescia um menino
Sem brilho um morto vivo que foi encontrado pelo Deus vivo
Que foi ressuscitado pelo Deus vivo que foi lapidado pelo Deus vivo
Louve o pai, louve o filho, louve, louve o Santo Espírito

Ele me amou como ninguém enfrentou a cruz pra ver o meu bem
Ele me amou como ninguém carregou a cruz pra ver o meu bem
Ele me amou como ninguém venceu a cruz pra ver o meu bem
Ele me amou como ninguém ressuscitou pra ver o meu bem

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